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SOBRE

A grama como limiar estético da vida nas cidades é um dos eixos temáticos da pesquisa Urbanismo de Guerra, que surgiu após as manifestações de junho de 2013 e busca estudar os vários elementos que compõe o cenário dos conflitos urbanos. A pesquisa propõe o estudo dos espaços gramados de Belo Horizonte, como são produzidos e quais seus efeitos no cotidiano da cidade. Desenvolvida a partir da observação da grama e das relações que ela cria com os diferentes indivíduos urbanos, a pesquisa apresenta diferentes maneiras de enxergar a grama no contexto urbano.  

O objetivo do estudo é entender a lógica de reprodução dos espaços gramados e a relação desses espaços com os diversos atores da cidades: A área escolhida para o estudo foi a Avenida Antônio Carlos, pois se entende que, as recentes transformações ocorridas alí, possibilitam entender a cidade como um todo.

 

 A metodologia utilizada na pesquisa foi a divisão, em grupos, dos atores da grama e, a partir daí, o entendimento de cada um. Dos profissionais de arquitetura e urbanismo buscou-se o posicionamento em relação aos processos de reprodução da grama no ambiente urbano. Dos funcionários da Prefeitura de BeloHorizonte, buscou-se entender o porque da escolha da grama como elemento unânime na cidade. Além disso, conversas com moradores e frequentadores da Avenida Antônio Carlos, possibilitaram compreender a relação deles com a grama presente no local. E foi estudado o mercado comercial da grama, para entender a lógica de produção e venda da grama como elemento comercial.

A partir da pesquisa pode-se perceber que o processo de deliberação sobre a criação de novos espaços gramados na cidade é pouco participativo. A grama resulta, em sua maior parte de grandes intervenções urbanas e é pouco pensada sobre o ponto de vista da dinâmica que provoca após sua implantação. Apesar dos benefícios que ela traz em termos de qualidade do ambiente – permeabilidade do solo, amortecimento das ilhas de calor, melhora da qualidade do ar – sua implantação pode provocar também certo prejuízos em termos da inserção na paisagem e da criação de áreas inóspitas e inseguras. Na Avenida Antônio Carlos vimos alguns exemplos de áreas gramadas que trouxeram benefícios à população, criando áreas de lazer próximo às vilas, onde não há áreas livres suficiente. Porém, em sua maior parte, os espaços verdes criados se tornaram vazios urbanos. O que determina isso, em muito dos casos, é a disponibilidade de espaços de lazer em determinada região, as dimensões das áreas criadas, a presença ou não de monitoramento e segurança e a criação de atrativos como o mobiliário urbano.

Os espaços de grama na cidade muitas vezes são colocados como locais de respiro e convívio público, mas na verdade, salvo os parques e praças, que recebem certo cuidado, a grama urbana se apresenta como uma estratégia de manutenção e proteção do solo. Os resultados da criação desses espaços, muitas vezes, são considerados posteriormente a sua implantação, o que provoca a necessidade de intervenções paleativas para tornar esses locais mais seguros ou mais habitáveis.

EQUIPE
Frederico Canuto

ORIENTADOR

 

Arquiteto e urbanista, mestre em Análise Crititca e Histórica do Urbanismo e Arquitetura / Planejamento Urbano e Doutor em Poéticas da Modernidade, atualmente é professor Adjunto - Classe 02 na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais no Departamento de Urbanismo e professor colaborador do Núcleo de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo da mesma instituição. Tem como campo de pesquisa narrativas cujo objeto é o espaço e suas múltiplas epistemologias na contemporaneidade a partir de diversos campos disciplinares envolvendo desde a arquitetura, passando pela antropologia, arte, geografia, literatura e filosofia, tendo publicado capítulos de livros e em periódicos de diversas áreas além de participar de concursos e exposições. Atualmente é líder do grupo de pesquisa "Narrativas Topológicas", coordena o projeto "Narrativas Indígenas" dentro do programa extensionista Morar Indígena, desenvolve como coordenador o projeto de pesquisa "Urbanismo de Guerra: Narrativas" financiado pelo CNPQ. Leciona nas áreas de Direito Urbanístico a partir de um discussão entre a Legalidade, Legitimidade, Autonomia e Soberania Popular tendo em vista as relação entre Estado, Movimentos Sociais, Sociedade Civil organizada e Multidão; Planejamento Urbano no tocante as questões relacionadas a Democracia, Políticas Públicas, Ecologias Políticas; e a relação entre Espaço, Cultura e Políticas Públicas no tocante as Comunidades Indígenas

Kianne Gomes 

AUTORA

 

Graduada Arquitetura e Urbanismo, pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. ​Estudou na Politecnico di Milano – Milão. Foi bolsista de Iniciação Científica no Laboratório de Fotodocumentação da Escola de Arquitetura da UFMG, sob a coordenação do Professor Doutor Leonardo Barci Castriota, onde desenvolveu pesquisa de catalogação e indexação de termos relativos à Paisagem.

Atuou como colaboradora no Departamento de Projetos - UFMG.​

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